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Ressecamento da Pele & Hidroses, Hiperqueratose, Calos e calosidades, Ortoplastia- Unidade CURRICULAR 09- U C IX.


 Ressecamento da Pele & Hidroses


Para falarmos de esfoliação, primeiro precisamos entender o que é pele.

      


          A pele é um complexo formado por reentrâncias e saliências mais evidentes nasregiões das palmas das mãos e plantas dos pés.

  São três camadas que compõem a pele: 

  • epiderme, 

  • derme e 

  • hipoderme ou tecido subcutâneo.





  • Secreção e excreção: em forma de sebo, para hidratação, limitando a perda de água para o ambiente.

  • Melanogenese: formação de melanina que protege a pele contra as radiações UV.

  • Síntese de vitamina D.

  • Proteção: para as estruturas internas do organismo frente a agressores químicos, físicos e biológicos, perda de água.

  • Termo regulação: controle da temperatura do organismo, através do suor e resfriamento da pele.

  • Percepção: através de nervos específicos para o calor, frio, pressão e tato


Epiderme

É a camada mais superficial da pele e está apoiada sobre a derme.

Nas plantas dos pés ela chega a medir até 1,6mm de espessura em situações de normalidade, podendo apresentar maior espessura em casos de hiperqueratoses e calos.


A epiderme divide-se em outras subcamadas:





Ressecamento da Pele

O Mecanismo de hidratação natural da pele, é garantida pela camada lipoprotéica, caracterizada pelo manto hidro lipídico.

O extrato córneo apresentará características de acordo com sua umidade, que irá garantir uma pele suave, macia e elástica.

Nesse caso a pele pode ser considerada ressecada quando apresentar:

  • Sem brilho;

  • Áspera;

  • Apresentar descamação;

  • Maior tendência a irritações.


A hidratação normal é definida pela quantidade de água que a pele necessita para manter a boa aparência e garantir um bom funcionamento, bem como preservar as características do manto hidro lipídico.

Fatores determinantes para uma pele desidratada






Esta união de fatores...





é chamado de: Fatores Intrínsecos

A Sudorese também é um dos fatores que levam a desidratação Quando muito elevada, ocorre a transferência de líquido intracelular para fora das célula.










Hidrose ( Sudorese/hidroses)

É o suor ou transpiração.

A transpiração é importante para o organismo, pois controla a temperatura do corpo e elimina as toxinas através dos poros. 

A quantidade de transpiração produzida varia de pessoa para pessoa, de acordo com a idade, sexo ou raça, influenciada também por fatores endógenos ou exó

genos. 





Existem alguns tipos de hidroses como:




Disidrose

É uma doença de causa desconhecida que se apresenta através da erupção de bolhas nos pés e nas mãos, geradas provavelmente devido à retenção de sudorese entre as células de epiderme. 

São erupções de caráter reincidente. São formadas vesículas, isoladas ou aglomeradas, com conteúdo viscoso, com até 1 centímetro de diâmetro. O prurido pode ser tão intenso, que o ato de coçar rompe a bolha que elimina um fluído transparente.



Incidência:

Afeta ambos os sexos, com maior incidência entre os 20 e 40 anos de idade, com frequente associação ao estresse emocional ou sudorese aumentada nas mãos e nos pés principalmente no verão.


      Fisiopatologia:

As vesículas surgem sob a camada córnea das palmas e plantas, tornando-se dolorosas com o aumento de volume. As lesões permanecem intactas, apesar da distensão devida a retenção do conteúdo líquido sob pressão, durante a lenta migração para a superfície. Essa migração dura cerca de três semanas, quando então as lesões se tornam secas e desaparecem.


Sintomas:

As lesões são de aparecimentos abruptos, com sensações de calor e coceira.

Posteriormente pode haver escamação, secura e crostas. As unhas podem tornar-se distróficas (alteradas). As lesões podem ser dolorosas se houver infecção ou rachaduras nos locais atingidos. Quando ocorrem os surtos podem durar de uma a duas semanas.

Entretanto, como a disidrose pode ser sintomática, algumas medidas tais como alívio destes sintomas e proteção do local, além de medicação tópica mais adequada, dependendo do quadro ser mais agudo (lesão úmida) ou crônica (lesão seca).


Tratamento:

O tratamento consiste em:




Anidrose

Afecção das glândulas sudoríparas de origem congênita ou adquirida. Caracteriza-se pela ausência ou deficiência total ou parcial da secreção de suor em resposta ao calor.

Algumas vezes a anidrose só é percebida quando uma quantidade substancial de calor ou exercício não provoca sudorese.

A ausência total pode ser fatal, pois o organismo fica superaquecido, as não há perigo se a ausência de sudorese for localizada.


O indivíduos com esta deficiência toleram muito mal o calor, podendo provocar:

Sintomas

  • Mal estar;

  • Cefaleia;

  • Fadiga;

  • Tonturas;

  • Náuseas;

  • Taquicardia;

  • Temperatura corpórea elevada















Causas

Ocorre em pele senil por ocasião de uma série de doenças, tais como:

  • Distúrbio neurológico ou cutâneo (esclerodermia);

  • Avitaminose A;

  • Distúrbio congênito;

  • Alguns medicamentos;

  • Trauma nas glândulas sudoríparas (radio, cicatrizes, lupus, hansen);

  • Queimaduras;

  • Insolação;

  • Desidratação;

  • Desnutrição.


Diagnóstico

Clínico


Tratamento


Medicamentoso


Bromidrose

CHULÉ é o nome dado quando acontece nos pés. É causada pelo suor excessivo na planta dos pés e agravada pela falta de higiene.

O mau cheiro decorre da ação de bactérias, que se alimentam do suor e de todo material que se encontra sobre a pele. As bactérias estão presentes na epiderme, camada superficial da pele. A umidade faz com que elas se proliferem mais rapidamente.

Os microrganismos decompõem o suor excessivo. A decomposição é um processo de fermentação e libera gases de odor ruim.


Tratamento

Visa diminuir a população bacteriana nos locais afetados, controlando a atuação sobre a secreção sudoral.

Pode ser feito com o uso de produtos sob a forma de talcos, sprays ou cremes contendo antibióticos e outras substâncias que dificulta o crescimento das bactérias. Em caso de excesso de suor, a hiperidrose, pode-se associar substâncias anti-transpirantes.

Para a indicação do produto mais adequados, deve-se procurar o médico dermatologista.


   Cromoidrose

É a alteração da cor do suor causado por bactérias, substâncias químicas ou medicamentos.

Normalmente ao se eliminar o agente causador a coloração desaparece. Porém existem casos em que a alteração da cor na sudorese pode significar patologias graves.

Nem todo o suor colorido é uma doença existem, há casos em que a pigmentação do tecido usado venha a colorir o suor ou ainda um desodorante ou perfumes cuja a pigmentação pode se misturar ao suor, com isso, manchar as roupas.

A lipofuscina* também é uma causadora de cromoidrose.

Suor coloridos – ver as cores:

Alaranjado: uso de medicação antibiótica;

Amarelado: uso de vitamina do complexo B;

Avermelhado – corantes ou pigmentações de alimentos;

*lipofuscina é um pigmentos depositado na célula que serve para mostrar o tempo de vida celular

Também existem alterações preocupantes.

Nas cores amarelo, vermelha ou marrom pode ser causada por bactérias e fungos.

Maior ocorrência: 

  • Apócrina – face, axilas e peitoral;

Rara ocorrência:

  • Ecrinas – planta dos pés e na palma das mãos.


Hiperidrose

Sudorese excessiva e constante provocada por hiperatividade das glândulas sudoríparas. Podem aparecer na infância, adolescência ou na idade adulta.

A hiperidrose pode ser:

  • Primária – hereditária;

  • Secundária – decorrente de outras doenças, como, hipertireoidismo, diabetes, obesidade e alterações hormonais.

 

Acomete mais mulheres (60%) do que homens (40%), porém estes números são questionáveis, pois as mulheres costumam procurar atendimento médico com mais frequências.

As pessoas acometidas por esta enfermidade podem suar mesmo quando a temperatura está baixa ou quando estão descansando.

Sintomas

Pode manifestar-se nas mãos, pés, axilas, rosto, sob as mamas, na região inguinal e no couro cabeludo, partes do corpo que contém número de glândulas sudoríparas.

Nas hiperidroses primária de fundo emocional, os sintomas desaparecem durante o sono  ou sedação.

Tratamento

  • Clínico;

  • Cirúrgico.


Quadros mais leves, podem ser indicados medicamentos por via oral e de uso tópico. A aplicação da toxina botulínica também ajuda a controlar.

Quadros ais graves, podem exigir a intervenção cirúrgica para a retirada das glândulas sudoríparas das axilas ou dos gânglios.

Recomendações

  • Não é uma doença grave, mas pode comprometer qualidade de vida e ter implicações nas atividades social, escolar ou profissional;

  • O tratamento é uma forma de corrigir a produção excessiva de suor, mas não vai acabar  com o estresse nem com a instabilidade emocional;

  • A cirurgia para controle da hiperidrose pode representar a cura definitiva para os casos graves da doença.




Hiperqueratose

O que é hiperqueratose?

É o acumulo excessivo de queratina numa região afetada fazendo-a com que fique mais espessa e endurecida.

Pode estar associada a diversas patologias, como a artrite, artrose, alterações circulatórias locais, diabetes e fraturas mal curadas. 

Esta proteína é encontrada em  humanos e também em animais. 

Nos humanos ela cobre as células da epiderme, formando uma camada que tem vital importância na proteção do nosso organismo, protegendo contra agressões externas como choques, radiações solares, chuvas e ventos, mas o excesso de produção  de queratina pode trazer dor, fissuras e rompimento da pele abrindo porta para a entrada de microrganismos.



Devido sua estrutura, a queratina é impermeável, resistente e elástica. 

As células quando queratinizadas, são mortas, mas continuam exercendo a sua função de proteção


Há também as que são devido a doenças congênitas e/ou hereditárias.

  • Doenças Congênitas: 

São aquelas adquiridas antes do nascimento ou até mesmo depois do mesmo, no primeiro mês de vida, seja qual for a sua causa. 

  • Doenças Hereditárias:

São um conjunto de doenças genéticas caracterizadas por transmitir-se de geração em geração, na descendência e que se pode ou não manifestar em algum momento de suas vidas.


Quais são essas doenças?

  • Ictioses;

  • Poroqueratose de Mibelli;

  • Queratodermia palmo-plantar.


É uma doença de pele genética, que é caracterizada pelo intenso ressecamento e descamação da pele, especialmente na região do tronco, pernas e pés.

Geralmente, quando congênita, passando de pais para filhos, é possível que a doença surja apenas na idade adulta devido a outros problemas, como sarcoidose, insuficiência renal ou hipotireoidismo, sendo chamada de ictiose adquirida.

Também chamada de “Doenças da escama de peixe”, a ictiose é causada por uma anomalia no processo de regeneração da pele, pêlos e unhas.

Não tem cura, mas pode ser controlado com o uso de medicamentos e produtos indicado pelo médico.


Ictiose Vulgar

É o tipo mais comum e leve de ictiose que causa o surgimento de pele seca, espessa e com aspecto de escamas até aos 5 anos de idade.






Ictiose Ligada ao Cromossomo X

Se manifesta somente nos meninos. Ocorrer descamação mais acentuada no abdômen, dorso, pernas e pés.


Ictiose Lamelar (não bolhosa)

Caracteriza-se por escamas grandes, de cor amarelada ou marrom, aderidas no meio e com bordas mais soltas que destacam-se facilmente deixando a pele avermelhada e sensível.

Eversão das pálpebras, dos lábios (ficando expostos), descamação nas palmas das mãos e plantas dos pés.

A ictiose lamelar, é umas das formas mais graves da ictiose, com incidência de 1 em 300.000 aproximadamente, é diagnosticada no nascimento e acompanha o indivíduo portados ao longo de toda a sua vida.


Trata-se de um raro distúrbio genético da pele que tem como característica principal a hiperqueratose, um excesso na produção da queratina, que causa um endurecimento na pele formando camadas granulosas e grossas, parecendo escamas, levando ao ressecamento e a descamação da pele.


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Ictiose Arlequim

É uma das formas mais grave de ictiose caracterizado pelo intenso ressecamento que pode esticar a pele e virar os lábios e pálpebras do avesso. Normalmente, os bebês com este tipo de ictiose devem ser internado na UTI logo após o nascimento;


Epidermolítica (bolhosa)

O bebê nasce com uma espécie de membrana firme e brilhante em todo o corpo que, dentro de horas, seca e racha, depois descasca dentro de 1 ou 2 dias. Pode formar-se novamente várias vezes.

Sintomas da Ictiose:

Os sintomas, geralmente, surgem logo após o nascimento, no entanto, também pode demorar até 5 anos para surgir na criança, especialmente no caso da ictiose vulgar.

Infelizmente, não existe cura para a Ictiose, apenas tratamentos a base de medicação oral e cremes hidratantes.

Tratamento:

  • Uso de cremes hidratantes especialmente indicados pelo médico, nos 3 primeiros minutos após o banho;

  •  Evitar tomar banho com água muito quente, preferível morno, não ultrapassando os 35°C e 1 vez ao dia;

  •  Usar sabonetes com pH neutro para evitar o ressecamento;

  • Pentear o cabelo úmido para retirar as escamas no couro cabeludo;

  • Aplicar cremes esfoliantes com Lanolina ou Ácido lático para remover as camadas secas de pele

  • Exercícios físicos que aumentam a sudorese têm efeito benéfico.

Nos casos mais graves, o dermatologista pode recomendar o uso de cremes com antibióticos ou remédio com vitamina A para reduzir o risco de infecções na pele e evitar o surgimento de escamas.









Poroqueratose de Mibelli

São placas ásperas, anulares, circundadas por margem queratósica elevada e algumas vezes enrugada.

Podem ser hiperplásticas, hiperpigmentadas ou hipopigmentadas, verrucosas, eritematosas e com zonas de depressão folicular.

O centro é frequentemente atrófico mas pode ser hiperqueratósico. Aparecem mais frequente nos membros e mostram tendência a disseminação centrífuga.


Pode ocorrer progressão e regressão espontânea levando a cicatrizes levemente atróficas.

Há risco de transformação maligna, especialmente após as primeiras cinco décadas, sendo o carcinoma de células escamosas o tumor associado mais comum.








Diagnóstico

É feito através do exame clinico pela análise das lesões, pela história do paciente relatando como apareceram, a precocidade e se tem caso semelhante na família, e através de um exame histopatológico.


Tratamento

Pode ser classificado como tópico, sistêmico, cirúrgico e radioterápico.

Os recursos tópicos disponíveis são ceratolíticos retinóides, corticoides, como solução, creme ou pomada.



Queratodermia Palmo-plantar

Doença caracterizada pelo espessamento ou aumento difuso da camada córnea da pele na região plantar e das palmas das mãos, no qual podem aparecer fissuras dolorosas.

Podem ser hereditárias, adquiridas ou estar associadas à síndromes.


Pode ser adquirida quando aparecimento da hiperqueratose está associada a problemas ortopédicos (artrite, artrose ou fraturas mal curadas) ou uso inadequado de causados ou defeitos biomecânicos.

Tratamento

  • Amolecer a região acometida por intermédio de imersão da mesma em água quente, seguidas por massagem com pomadas de lanolina.

  • Caso a camada córnea seja muito espessa, ela deve ser removida.

  • As fissuras profundas podem ser tratadas com nitrato de prata e, nos casos em que se apresentam infectadas, com antibióticos.

Prevenção

  • Calçado adequado;

  • Uso de cremes com  retinóides e queratolíticos;

  • Ir ao podólogo com frequência;

  • Procurar um médico.

Calos e Calosidades

 

São afecções comuns e generalizadas. Surgem habitualmente nos pés e mãos, mas podem desenvolver-se noutras áreas do corpo que estão sujeitas a atrito e pressão, que tenham protuberância óssea. 

Este endurecimento cutâneo pode indicar problema biomecânico e provocar anomalias na distribuição do peso pelo pé.















Essas lesões provocadas pela pressão ou atrito sobre um ponto específico, é que leva ao espessamento da camada mais superficial da pele. 

O organismo entende como uma agressão e aumentará a camada córnea para proteger a região que está sendo lesada.

  

 Calos:

São lesões hiperqueratósicas, proeminentes e com contornos bem definidos, sem ou com núcleo central de queratina, apresentando tamanho variável de alguns milímetros a centímetros.


Calosidades:

Consistem no espessamento cutâneo relativamente uniforme, sem limites bem definidos, com manutenção dos sulcos epitérmicos e dimensão variável.

Formam-se geralmente em articulações e/ou zonas que suportam peso corporal. 


Etiologia

O desenvolvimento de calos e calosidades vem do aumento da atividade mitótica da camada basal epidérmica, causadas por micro traumas repetitivos, fricção e ou aumento da pressão, que origina uma maior migração celular e um espessamento da pele, o que constitui em um mecanismo de defesa.

Os calos, principalmente dos duros, podem aparecer mais em protuberâncias ósseas, mesmo que não suportem o peso corporal. 

Calçados inadequados, andar descaço, deformidades ortopédicas, vícios posturais, alterações na marcha, irregularidades ósseas, atrofia do coxim gorduroso, são uns dos motivos para esta patologia. Essas alterações na pele são uma das patologias mais comuns que afetam os pés.

 

Processo de formação:

O calo é uma defesa em forma de couraça, que impede o rompimento da pele, e consequentemente um ferimento mais grave na região.

É um mecanismo de defesa onde nosso organismo envia para o cérebro um “pedido de socorro”, diante da morte das células. Para salvá-las, é produzido sobre a epiderme um depósito espesso e resistente de queratina. 







Fases de desenvolvimento do núcleo do calo:


Os calos podem ou não ter núcleo, que 

evoluem em quatro fases de acordo com a pressão

 exercida sobre eles.


 Primeira fase

  •  calo sem núcleo

Apresenta uma hipersensibilidade local, 

devido a inflamação (mecanismo de reparo da lesão tecidual), acompanhado por um discreto espessamento da pele.

Segunda fase  calo com núcleo 

Torna-se doloroso devido a pressão consecutiva no local. Em seu centro há formação de uma área circular, queratinizada, amarela e cônica (de fora para dentro), que chamamos de núcleo, tem contato com a camada papilar, onde encontra-se com terminações nervosas, por isso doe tanto.




Terceira fase

Apresenta um quadro infeccioso; 

Podem surgir pequenas fissuras por onde penetram agentes infecciosos;

Como consequência desse processo, o osso já pode estar comprometido por uma inflamação (osteíte).



Quarta fase


Pode ser chamada de terminal, a pressão continua, o abscesso se rompe e o osso é envolvido pelo processo infeccioso, originando a osteomielite.



 

Importante


Mesmo quando desbastados, os calos e calosidades podem voltar, se a causa continuar.

A cura definitiva depende de dois fatores:

1º) diagnosticar a(s) causa(s) da formação dos calos.

2º) obter a colaboração do paciente.

Não conseguindo os dois fatores mencionados, então é indicado o tratamento conservador, que consiste em desbastamento periódico da hiperqueratose e remoção do núcleo.


Tipos de Calos:


Existem vários tipos de calos:

  • Dorsais dos artelhos

  • Calos moles

  • Calos miliares das plantas

  • Subungueais

  • Vasculares

  • Nervovasculares (que possuem sensibilidade extrema e irrigação sanguínea)

  • Os interdigitais




Calo Mole ou Interdigital

É a reação da pele entre dois dedos provocados pelo contato contínuo de uma articulação proeminente ( região saliente)  contra as articulações vizinhas. A falange proeminente faz contato com a pele proporcionando uma lesão dolorosa.

» Cor esbranquiçada e consistência mole;

» Atrito das falanges sobre a pele;

» Uso de calçados de bico fino.


A lesão se localiza preferencialmente no espaço entre o 4º e 5º dedos dos pés.











Calo Duro






Frequente no dorso dos dedos


Causas:

» deformações como dedo em martelo ou em garra;

» uso de calçado apertado, salto alto e bico fino.



Calo c/ núcleo x Verruga Plantar

São lesões dolorosas que desenvolvem-se na planta dos pés. Sua área central irregular é circundada por uma camada endurecida da epiderme. A presença de pontos enegrecidos no centro da lesão, dando o nome popular de “olho de peixe”.

  • As impressões digitais circundam a lesão. 

  • Doem ao serem apertadas, ou comprimidas lateralmente.

  • Apresentam uma diminuição da camada córnea

mostrando alguns pontos pretos e pequenos  capilares expostos que causam sangramento.


Calo neuro-vascular

Forma-se em geral na planta do pé, possui pequenos vasos sanguíneos e ramos nervosos entremeados na massa de queratina e fazem com que esse tipo de calo seja muito dolorido. Possui núcleo;

Podem sangrar ao serem manipulados.


Calo dorsal dos Artelhos

Produzido pela pele que fica sobre as articulações;

Proteção contra o atrito com os ossos causado pela pressão de calçados de forma e

Miliar

Formam-se na região plantar devido ao espessamento da camada córnea, aparecem múltiplos calos pequenos com núcleo.


Sintomas


» Dor;

» Inflamação e/ou infecção do higroma,

>> Desbaste  da hiperqueratose;

»Distúrbios de afetividade relacionados com alterações estéticas em um pé com calosidades,


Tratamento

» Desbaste  da hiperqueratose;

» Proteger o local com equipamentos especiais;

» Orientar o paciente sobre o uso de calçados confortáveis e palmilhas.




Profilaxia

» Lixamento plantar;

» Desbastamento periódico das calosidades hiperqueratoses e a remoção do núcleo;

» Hidratação com cremes específicos.



Bolhas 

As bolhas são bolsas de água localizadas sobre a pele.

O líquido claro e aquoso no interior da bolha é chamado de soro, QUE vem dos tecidos adjacentes, em resposta a pele lesionada. Se a bolha estiver fechada o soro fornece a proteção natural da pele por baixo da bolha. As menores são chamadas de vesículas e as maiores de bolhas. 

Há também as bolhas de sangue, que ao em vez de soro tem o extravasamento de sangue conforme o atrito. 

Existem muitas razões para uma bolha se formar, estas incluem:


Recomendações:


1) se hidratar bem, 2)usar meias de algodão e trocá-las frequentemente,


3) usar calçados confortáveis,                                        4) hidratar os pés com cremes adequados  ,                                              

 


5) usar palmilhas corretivas 



Importante


Em especial os diabéticos precisam dar total atenção na compra dos calçados que devem possuir caixa alta, palmilhas de absorção de impacto, solado especial e não devem ter costuras.

Já existem no mercado várias fábricas que são especializadas em sapatos para os portadores de diabetes.

      

  • Existem calçados especiais com caixa alta e palmilhas anti-stress, ideais para usá-los no dia a dia;

  • As  mulheres devem evitar os sapatos de bico fino, salto alto e estreitos, uma tríade que causa muitas patologias nos pés;

  • No caso, crianças devem usar calçados confortáveis, pois não interfere na forma que o pés adquire com a maturidade.

  


Curiosidade:

porque os calos doem em mudanças climáticas?


"Em dias úmidos, os calos com núcleo ou os calos pressionados pela unha, tornam-se extremamente doloridos devido à absorção da umidade, levando ao espessamento e inflamação do núcleo do calo.

Já em dias secos e quentes, os calos e calosidades que mais incomodam são os calos superficiais que devido à falta de umidade na pele, se tornam extremamente secos e duros, provocando irritação e queimação no local, muitas vezes causando bolhas e extravasamentos capilares".




ORTOPLASTIA


Em um cenário em que a saúde e o bem-estar são condições essenciais para assegurar a qualidade de vida, tornam-se cada vez maior a preocupação e o cuidado que as pessoas devem ter com seus pés.

Em condições normais, os pés garantem o deslocamento e a sustentação do nosso corpo por muitas vezes suportando grandes cargas durante as atividades diárias. 

Entre as condições que levam a uma diminuição da qualidade de vida, estão as alterações nos pés, o que resulta em déficit funcional e representa um grande problema para a população.

Com uma visão integrada do ser humano, o profissional de podologia tem um papel significativo, porque pode contribuir para seu bem-estar, identificando, prevenindo e realizando procedimentos voltados à saúde dos pés.

Conceito

É a área da Podologia que atua nas alterações congênitas e/ou adquiridas do tipo morfológico, estrutural e funcional prevenindo  as suas deformidades, através de tratamentos paliativos, compensatórios, corretivos e substitutivos. 

Mediante realização e aplicação ou prescrição de ortopróteses ou órteses. A aplicação dos tratamentos ortopodológicos têm como base todos os conhecimentos podológicos de especial importância a biomecânica devido à sua inter-relação com a Ortopodologia.

O silicone é um polímero derivado do petróleo descoberto por Frederic Stanley, em 1900.

No Brasil, a chegada do silicone na podologia se deu em 1995, com a vinda do podólogo argentino Carlos Alberto Rodriguez, que neste ano ministrou cursos de FMM e de Órtese de silicone, introduzindo essas técnicas nas podologia brasileira.

Neste mesmo ano, Armando Bega e Maísa Armelin (podólogos) estagiaram em Buenos Aires, no Hospital Italiano, onde puderam aprimorar a técnica e confeccionar as órteses sob a supervisão de Rodriguez.

O silicone que chegava nesta época no Brasil, era vinda da Europa, da empresa Luga. E não eram  específicas, com relação a dureza segundo a escala de Shore, sabia que variavam entre 4 e 16.

O que é Shore?

É o indicador que mostra a escala de dureza do silicone. É medido pelo aparelho chamado Durômetro.


 


 

 Foi desenvolvido em 1920,por Albert F. Shore, com uma escala que vai de 0 a 100.







Hoje é possível classificar os silicones existentes no mercado em:

  • Tima: não traz especificação Shore.

  • Ortho Pauher: não traz especificação Shore.

  • Ortho Pauher Especial: Shore A: 14

  • Suavepie: não traz especificação Shore.

  • Scholl: nãs traz especificação Shore.

  • Bland Rose: Shore A 3.



Qual a importância de saber a dureza Shore?

É por meio dela que sabermos qual silicone é apropriado para proteção ou correção, se deve ser usado em idosos, diabéticos, crianças, atletas...

Sabendo-se que acima de A 16, o silicone é contraindicado para ser usado diretamente no pé do paciente, por ser tratar de um material muito duro, podendo causar lesão em pés sensíveis, insensíveis e em presença de osteomioartropatias. 


ORTESE DE SILICONE, elaborada por aluna no curso técnico de Podologia, no Senac de Santos.



Principais tratamentos

Os principais tratamentos ortopodológicos são as órteses digitais e os suportes plantares personalizados (palmilhas) feitos por medida.
As mais variadas patologias devem ser tratadas por meio da Ortopodologia antes de se recorrer à cirurgia.


Alterações do Ante pé

De acordo com as alterações estruturais, funcionais e morfológicas do pé, podemos encontrar patologias localizadas na zona anterior do pé tais como:

  • Ante pé varo;

  • Ante pé valgo;

  • Ante pé supinado;

  • Ante pé pronado; 

  • Ante pé aducto;


Ainda nas alterações do antepé , podemos especificar as alterações digitais (dedos): 

  • Hálux rígido; 

  • hálux valgus; 

  • hálux varus;

  • hálux hiper-extenso, 

  • hálux flexo,

  • Ante pé abducto; 

  • Equino


Ainda nas alterações do antepé , podemos especificar as alterações digitais (dedos): 

  • Hálux rígido; 

  • hálux valgus; 

  • hálux varus;

  • hálux hiper-extenso, 

  • hálux flexo,

  • dedos em garra, 
  • dedos em martelo

Alterações metatársicas, causas frequentes de metatarsalgias: sobrecarga metatársica, diminuição do tecido adiposo a nível metatársico, sesamoidites, fraturas de stress, osteocondrite assépticas do 2º metatarso, Neoroma de Morton, luxações , metatarsico-falangicas

Alterações do Médio pé

A nível do médio pé, existem alterações por diminuição do arco longitudinal interno do pé traduzindo um pé plano estruturado ou secundário ou contrário a este existe um aumento do arco interno, denominado pé cavo, sendo este tipo de pé muito doloroso e incapacitante, pela falta de superfície de apoio .


Alterações do Retro pé

Existem também alterações da zona posterior do pé (retro pé) como:


Traduzindo alterações estruturais e funcionais do pé. As patologias do tarso posterior, também denominadas do retro pé, podem ser classificadas pela sua origem, localização e clínica. Assim podemos encontrar a nível plantar posterior como:

.
  •  fasceite plantar proximal, distal, média ou total;

  • tendinites aquileanas, bursites pré tendinosa e retrocalcanea.

As alterações do membro inferior, alterações da anca, alterações femurais, alterações do joelho, alterações tibiais podem ser causa de grandes alterações de apoio do pé e de marcha, assim como alterações do pé são muitas vezes causa das alterações do quadril, fémur,
joelho, tíbias.

Os tipos de pés em risco que precisam do palmilhas e protetores:


O pé de risco requer cuidados redobrados e específicos, atendendo às suas características de alteração de sensibilidade por defeito e alteração. 

Este tipo de pé é objeto de estudo e análise no sentido de se diagnosticar e prever situações de alto risco, tendo de intervir imediatamente, prevenindo o aparecimento de lesões incuráveis e limitantes para o paciente.

Os tratamentos personalizados, do tipo compensatório, evitam sintomas dolorosas, zonas de excesso de pressão, responsáveis pelo aparecimento de lesões ulcerativas, que quando não prevenidas e/ou tratadas são indício forte de possível amputação.

O estudo do paciente no seu conjunto é indispensável para descobrir a etiologia das limitações, assim como na prevenção de alterações posteriores e associadas.

Todas estas alterações descritas anteriormente necessitam de tratamento ortopodológico mediante aplicação de suportes plantares do tipo corretivos e compensativos.

O estudo do paciente no seu conjunto é indispensável para descobrir a etiologia das limitações, assim como na prevenção de alterações posteriores e associadas.

Todas estas alterações descritas anteriormente necessitam de tratamento ortopodológico mediante aplicação de suportes plantares do tipo corretivos e compensativos.




Podendo ser realizados em diferentes materiais hipoalérgicos, sempre executados em função da patologia, idade do paciente, profissão e atividades complementares e de todos os seus antecedentes. Salienta o fato que todos os tratamentos ortopodológicos são personalizados, sendo para isso necessário realizar um molde plantar de forma a reproduzir a estrutura do pé configurando e/ou corrigindo.


Patologias & Protetores e Palmilhas vendidas no mercado



Dedos montados

Apresentam um mal alinhamento entre si, posicionando-se uns em cima dos outros.

 O uso de sapatos muito apertados  ocasiona que os dedos posicionem-se uns sobre os outros  levando a  deformações. O tecidos se acomodam à nova posição e em pouco tempo observa-se o surgimento de calos. Para tratar esta deformidade é necessária a associação entre a escolha mais adequada dos calçados, a colocação de órteses corretivas e realização de exercícios de alongamento. 



Dedos em garra

Várias deformidades dão origem à esta deformidade, contribuindo também na alteração da biomecânica da marcha.

Sapatos com bico fino, diabetes, Hansen e sequelas de artrite e artrose estão entre os grandes vilões, sendo normalmente os responsáveis pela alteração da arquitetura dos pés. 

Em princípio, produzem uma deformidade flexível, mas com o tempo os dedos se tornam rígidos e começam a desenvolver calosidades dolorosas, consequência da pressão e atrito inadequado entre os pés e calçados. É interessante a intervenção precoce com o uso de órteses corretoras e alongamentos quando os dedos ainda estão flexíveis. Em fase tardia, com a rigidez, por vezes é indicado procedimento cirúrgico.


Os corretivos usados nestes casos são:


Correção para dedos montados e em garra (martelo).  Age na parte inferior dos dedos, apoiando para que voltem à posição normal, alivia as dores e evita a formação de calos e calosidades.


Hálux valgo (Joanete)

Um dos problemas mais comuns dos pés, caracterizado por um desvio lateral do hálux, causando uma proeminência na região interna dos pés, sofrendo atrito constante com os calçados que pode levar à inflamação e dor local.

É natural que as estruturas vizinhas sofram e apresentem deformidades também.

Algumas pessoas herdam de suas famílias a tendência para desenvolver o joanete e desde a juventude iniciam sua formação, o uso de calçados estreitos e com salto alto é muito mais prejudicial.


Joanete do 5º artelho

É uma deformidade também conhecida como “joanete do alfaiate”. É caracterizada pelo excesso de varismo do dedo mínimo, aparecendo uma proeminência da região lateral do pé, que sofre com calosidades, inflamação crônica e bursite relacionada ao atrito constante da região com o calçado.

As alterações anatômicas exclusivas dos pé, são pelo uso inadequado de sapatos de bico muito fino e salto muito alto, gerando este tipo de lesão.


Protetores para hálux valgo no mercado:



Hálux valgo noturno – prevenção e tratamento, pós-operatório, dedos tortos, etc...




           


          


PROTETOR PARA 5º ARTELHO:



Protetor para calos e calosidades no mercado

      

Calcanheira para esporão de calcâneo no mercado:

 


   


   

    

Palmilha para pés diabéticos:



Unidade Curricular 09- UC IX.


Pesquisa e artigos extraídos de aulas ministradas no curso de Técnico em Podologia, do Senac Santos, e pesquisas e fotos elaboradas pela Aluna Rosangela Reis .

Inserção e correção do texto neste Blog, pela aluna Elis Regina da mesma equipe.
















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